Igam promove treinamento sobre previsão do tempo para Defesas Civis de Minas

Sex, 09 de Agosto de 2019 19:33

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Foto: Danielle Peixoto 

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Profissionais de meteorologia e coordenadores de Defesa Civil  estaduais e municipais participaram do treinamento para prevenir eventos severos relacionados ao clima

 

Temporais, chuvas de granizo, tornados, ventanias e vendavais e outros eventos meteorológicos de rápida formação foram discutidos com meteorologistas de coordenadorias de Defesa Civil da Região Metropolitana e da Região Central de Minas Gerais durante evento realizado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O curso sobre a metodologia Nowcasting (previsão de eventos severos relacionados ao clima e de rápida formação), foi oferecido nos dias 8 e 9 de agosto, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.

 

A previsão de Nowcasting – método utilizado em diversos países, especialmente da Europa, nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, entre outros – possibilita alertar a população com horas, ou até minutos antes da aproximação de uma dessas condições de tempo severo. O treinamento teve o objetivo de ampliar a previsão de tempo e emissão de alertas para o Estado de Minas Gerais, além de possibilitar, também, o intercâmbio entre os profissionais renomados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com profissionais das defesas civis e centros regionais de meteorologia.

 

Participaram do treinamento, cerca de 30 profissionais, entre meteorologistas operacionais, técnicos em meteorologia, servidores das defesas civis que trabalham diretamente com as tomadas de decisões para emissão de alerta à população, diante de tempestades severas ou outros fenômenos, usando ferramentas, como radar e satélite.

 

O curso foi coordenado pela Gerência de Monitoramento Hidrometeorológico e Eventos Críticos do Igam. De acordo com o gerente Saulo Freire, tem se observado, nos últimos anos, o aumento na ocorrência dos eventos de tempo severo e seus efeitos sobre a sociedade. “Deste modo, o tratamento das informações relacionadas à ocorrência de tempo severo se torna extremamente relevante para a proteção da vida e da propriedade”, ressaltou.

 

O Gerente lembrou ainda que o treinamento vai ao encontro das competências legais do Igam, entre elas a de promover o aprimoramento e a capacitação dos profissionais de meteorologia e defesas civis para lidar com a ocorrência de tais eventos no Estado de Minas Gerais.

 

Entre as defesas civis municipais, estiveram presentes os municípios de Betim, Contagem, Brumadinho, Barão de Cocais, Ibirité, Sabará, Mariana, além de Belo Horizonte, e contou com a participação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-MG), Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig), além do do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) do Igam.

 

PREVENÇÃO

 

O resultado prático para a prevenção de acidentes e mortes decorrentes desses eventos meteorológicos severos foi muito destacado entre os participantes. Segundo o coordenador civil do município de Nova Lima, Marcelo Santana, capacitações como essas fortalecem as defesas civis municipais, trazendo conhecimento para a prevenção contra desastres. “A aplicação desse conhecimento vai oferecer ao cidadão comum, mais tranquilidade em relação a esses eventos” disse.

 

Para o major Eduardo Lopes, da Superintendência de Gestão de Desastres da Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, o curso é uma oportunidade para adquirir novos conhecimentos, sobretudo na parte de monitoramento de eventos severos. “Com esse conhecimento esperamos aumentar a nossa capacidade de resposta e a condição de monitorar esses eventos adversos e prestar serviços mais uteis à sociedade, mostrando quais são as áreas de risco, as condições de tempo, para que elas tenham condições de tomar a tempo atitudes preventivas”, disse.

 

O major destacou ainda a importância da integração de várias competências entre órgãos que realizam o monitoramento e as instituições que vão trabalhar essas informações, juntamente com o conhecimento prévio das particularidades de cada região ou município, possibilitando trabalhar de acordo com avaliação de risco próprio daquele local. “É um trabalho integrado dentro de um sistema, e por meio dele vamos conseguir maior eficiência e consequentemente, um melhor serviço para a população”, enfatizou.

 

Foto: Wilma Gomes

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Estiveram presentes no treinamento, os coordenadores das Defesas Civis da região metropolitana de Belo Horizonte e da região central de Minas

 

A doutora em meteorologista do CPTEC, Izabelly Carvalho, uma das palestrantes, destacou que a ideia do treinamento foi unir o pessoal da parte operacional, da meteorologia, com a defesa civil, para trabalhar em conjunto no desenvolvimento de ferramentas Nowcasting para fazer previsões a curtíssimo prazo. “A meteorologia emite os alertas para a Defesa Civil, para que coloquem ações preventivas ou pós evento em prática”, explicou.

 

Para o palestrante e doutor em meteorologia da CEPTEC, Rodrigo Bruno Ribeiro, a proposta é outros cursos desse tipo sejam oferecidos em outros estados brasileiros, até que haja uma grande difusão desse conhecimento. “Além disso é preciso enfatizar a importância desse intercâmbio entre a meteorologia e a Defesa Civil, porque essa metodologia é ainda muito incipiente no Brasil. “Tem muita coisa a melhorar em relação ao tempo de resposta para a população sobre os eventos extremos da própria defesa civil” afirmou. Segundo Rodrigo, é preciso avançar também institucionalmente, definir competências, padronizar procedimentos e estabelecer uma legislação para ser seguida nacionalmente.

 

Durante a programação, foram abordados vários aspectos sobre tempestades como: o que são, como se formam e como monitorá-las; além de técnicas de previsão e monitoramento para desenvolver mapas de avisos e alertas. Também foram discutidos como identificar padrões de severidade, utilizando ferramentas de sensoriamento remoto como radar e satélite.

 

Além de várias abordagens metodológicas que compõem o conteúdo pragmático foram feitas também aulas práticas de preparação dos mapas de probabilidade de tempo severo para um caso real; monitoramento da iniciação convectiva e das tempestades, com emissão de alertas para casos reais; monitoramento da iniciação convectiva e das tempestades, com emissão de alertas para casos reais; Discussão dos casos; apresentação do processo de Nowcasting realizado por cada grupo e discussão dos casos entre os participantes.