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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Sisema usa nova tecnologia em ocorrência de transbordamento de reservatório em Betim

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Fotos: Sisema/ Divulgação

Sisema utiliza tecnologia em Betim

Equipes do Sisema atuaram junto a prefietura de Betim, órgãos de Defesa Civil Estadual e municipal, Copasa e Corpo de Bombeiros

 

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) utilizou, pela primeira vez, os aparatos tecnológicos previstos no Protocolo Operacional Padrão (POP) para situações de risco de ruptura ou rompimento de barragem. O Instrumento é operacionalizado no recém-inaugurado Centro de Geotecnologias e Monitoramento Ambiental Territorial (CGMat), da Feam, e foi colocado em prática para dar suporte ao atendimento da ocorrência de extravasamento de água de uma barragem irregular localizada em área particular no Bairro Duque de Caxias, em Betim (Grande BH), entre os dias 16 e 19 de fevereiro.

O protocolo foi utilizado pela Fundação, em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), órgão responsável pela gestão e fiscalização das barragens de reservação de água em Minas Gerais, que também atuou para minimizar os impactos do ocorrido na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Inaugurado pelo Governo de Minas em novembro de 2020, o CGMat é uma sala localizada na Cidade Administrativa dedicada ao desenvolvimento de avaliações ambientais e de metodologias para aprimoramento dos instrumentos de gestão e planejamento ambiental, equipada com tecnologias para a execução de análises por meio de sensoriamento remoto, geomática e modelagem. A estrutura foi preparada visando à melhoria e o acompanhamento de desastres envolvendo barragens e, também, o fortalecimento de mecanismos de suporte e resposta às emergências ambientais no Estado.

A ocorrência

Em relação ao ocorrido em Betim, a Gerência de Segurança de Barragens e Sistemas Hídricos do Igam e o Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), da Feam, foram acionados na noite de terça-feira (16/2), e permaneceram no local, ininterruptamente, até a noite de sexta-feira (19/2). Durante esse período, houve revezamento de equipes, tendo em vista a urgência da ocorrência e a necessidade de trabalho sem intervalos e durante as madrugadas. No sábado (20/2) e domingo (21/2), as equipes ainda retornaram à barragem, para acompanhamento de ações na estrutura.

Acionado na manhã de quarta-feira (17/2), o protocolo POP prevê a execução de produtos preestabelecidos para auxiliar nas atividades em campo dos servidores do NEA e do Igam, incluindo mapas síntese e a simulação de ruptura hipotética de caráter emergencial. Para a atuação em Betim foi primeiramente elaborado um produto cartográfico com o contexto socioambiental e territorial da área a jusante da barragem, contendo informações sobre as características e ocupação do terreno e a mancha de inundação simulada.

Em seguida, foram elaborados mais dois produtos: um mapa indicando quais áreas poderiam ser atingidas com o aumento do nível da água e transbordamento da estrutura, e outro com a mancha de inundação em uma situação hipotética de ruptura da estrutura. Com o indicativo dos produtos cartográficos das áreas que poderiam ser atingidas, mais de 50 famílias foram retiradas de imóveis e encaminhadas para abrigos da prefeitura de Betim.


Sisema utiliza tecnologia em Betim
Um dos mapas elaborados no CGMat para indicar quais regiões poderiam ser atingidas em um transbordamento

“Nesta operação ficou muito claro que os produtos previstos no protocolo conseguiram contribuir para ampliar a capacidade e a qualidade do Estado nas respostas frente às emergências ambientais”, frisou o analista ambiental da Feam e coordenador do CGMat, Alessandro Ribeiro Campos.

Como não havia informações sobre a estrutura que não estava cadastrada junto ao Igam, as equipes encontraram dificuldades para elaborar os produtos, principalmente a simulação, relatou Alessandro. “Tudo foi feito com base nas imagens georreferenciadas, mas também com as informações e fotografias que eram enviadas pelas equipes que estavam atuando em campo”, acrescentou o coordenador.

Integração

Todas as atividades feitas no CGMat e, também, pelas equipes do NEA e do Igam em campo foram balizadas por tendências de chuva para Betim, durante os dias em que a operação esteve em vigor. O boletim foi elaborado pela equipe de meteorologia do Igam, que atua no Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) com as possibilidades de ocorrências de chuva forte para um período de 72 horas.

O informe, inclusive, alertou para a possibilidade de novas ocorrências de chuva forte em Betim que poderiam resultar em cheias de córregos, rios e deslizamentos. Segundo a diretora de Operações e Eventos Críticos do Igam, Wanderlene Ferreira Nacif, as informações meteorológicas, aliadas aos produtos elaborados no CGMat, ajudaram a nortear e a otimizar o planejamento de ações das equipes em campo.

A diretora ressaltou a importância da integração obtida, não somente para o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), como também para a sociedade. “À medida que se consegue ter uma visão geral a partir do suporte do CGMat, conseguimos sair com mais facilidade da visão restrita ao local do acidente, para uma visão ampliada da área potencialmente atingida, indicando que residências, comércios e outras estruturas poderiam ser impactadas, e isso nos ajudou a agir preventivamente visando a proteção das populações”, disse Wanderlene.

O presidente da Feam, Renato Brandão, explicou que a concepção para criação do CGMat e, por consequência, do protocolo POP, surgiu da necessidade do Estado em promover medidas e ações para fortalecer os mecanismos de suporte às respostas em desastres e emergências ambientais. “A primeira execução oficial do POP Barragem, coordenado pelo CGMAT, confirmou a positividade da estratégia adotada pela Feam. É uma ação para aprimorar os instrumentos e tecnologias de gestão territorial, além de fortalecer o trabalho entre as equipes do Sisema garantindo uma resposta efetiva à sociedade”, ponderou.

Reservatório

Tendo em vista a instabilidade da barragem, a Gerência de Segurança de Barragens e Sistemas Hídricos do Igam determinou, juntamente com o NEA, a drenagem total da água da represa.  Segundo o coordenador do NEA, José Alves Pires, a área em questão era um corredor construído pela prefeitura de Betim para passagem de água, mas a área acabou sendo adquirida e incorporada por uma fazenda. Com o passar dos anos o local acabou ficando abandonado e, além do crescimento de vegetação, virou alvo de depósito de restos de construção civil e outros resíduos, o que acabou caracterizando um maciço irregular de barragem no local.

“Durante o período em que a prefeitura estiver realizando estudos sobre o futuro da área, o nível da água deverá permanecer esgotado, para dar segurança às comunidades vizinhas e, também, aos trabalhos e intervenções que sejam necessários no local como obras de recuperação de uma adutora da Copasa”, frisou.

Simon Nascimento

Ascom/Sisema

 

 

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