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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Seminário comprova que participação popular garante continuidade da revitalização de rios

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Experiências de sucesso estão diretamente relacionadas ao comprometimento da população.

O envolvimento da comunidade em todas as etapas do processo de revitalização de um curso d'água foi defendido e exemplificado, na manhã desta terça-feira (09), com a apresentação sobre a experiência do Rio Mosquito, no Norte de Minas, durante o I Seminário Internacional sobre Revitalização de Rios, em Belo Horizonte. O encontro reúne especialistas em revitalização de rios de todo o mundo e é uma realização do Governo de Minas.

Em sua palestra, Marcelo Salles, integrante do Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH - Mosquito) do Rio Mosquito, ressaltou a participação ativa das comunidades de Águas Vermelhas, Divisa Alegre e Curral de Dentro na revitalização do rio. Foram muitas passeatas e vários mutirões de limpeza nas margens do curso d'água, além do plantio de mudas de espécies nativas nos 131 quilômetros das margens do rio.

"Mais de 40% dos recursos dos R$ 12,5 milhões aplicados no projeto foram destinados a campanhas de sensibilização e educação ambiental dos 37 mil moradores dos três municípios. Os recursos restantes foram aplicados na construção de Estações de Tratamento de Esgoto e Água (ETE e ETA), implantação de aterros controlados, além da instituição da coleta diária de lixo nas três cidades", frisou Marcelo.

As ações foram executadas pelo Programa de Desenvolvimento Sustentável de Recursos Hídricos para o Semi-árido Brasileiro (Proágua) por meio de um acordo entre o Banco Mundial, governos estadual e federal. O programa é gerenciado pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), com o apoio da Copasa.

"Realizamos programas como o controle e monitoramento da esquitossomose, que era a principal endemia da região. Antes do início do projeto de revitalização do rio, em 1998, o índice de infectados pela doença era de 15% em um universo de 4.000 pessoas. Em 2007, nova pesquisa revelou queda no índice de infectados para 0,9%. Foram construídos 1000 módulos sanitários, ou seja, cerca de 5000 pessoas que não tinham acesso a banheiros foram contempladas por essa ação", enfatizou Salles.

A fiscalização do rio Mosquito continua e a população tornou-se a maior defensora do curso d'água. Hoje, é possível pescar e nadar nas águas do Mosquito. O resultado do processo de recuperação do Mosquito emocionou os participantes do evento, que ao final da apresentação aplaudiram o novo rio, antes abandonado e considerado um curso d'água morto.

Sena

Outra experiência apresentada, nesta terça-feira (09), foi a do rio Sena, na França. Assegurar água limpa e ecossistemas aquáticos saudáveis até 2015 para o segundo maior rio da Europa é o objetivo da Agência de Águas Sena-Normandia. A bacia do Sena representa 1/5 do território francês, possui 8 mil cidades e uma população de 17,6 milhões de habitantes.

A revitalização do Sena teve início em 1994 e no período de 1997 a 2012, mais de € 3 bilhões estão sendo investidos no projeto. Foram construídas 2.500 estações de tratamento de esgoto ao longo do rio. Também neste processo de revitalização, a maior parte dos investimentos é destinada a campanhas de educação ambiental da população sobre a necessidade de redução do consumo de água e sobre importância da despoluição do rio.

O gerente de projetos da Agência de Águas Sena-Normandia, Baptiste Casterot, destacou o fato de que todos que poluem o Sena pagam um imposto. "O dinheiro coletado é devolvido aos usuários em forma de obras e campanhas ambientais. O preço do uso da água na bacia é de € 3 e 10 centavos por metro cúbico", argumentou o gerente da Agência.

Apesar dos resultados promissores já observados, como a volta de algumas espécies de peixes, existem ainda alguns desafios: o número de espécies de peixes encontra-se estagnado e a água de chuva, conduzida por galerias até o Sena, possuem elevado índice de poluição.

Governo de Minas destaca importância da água

Durante a abertura do Seminário, na noite desta segunda-feira (08), o vice- governador Antônio Anastasia, salientou a importância de revitalização dos rios. "Há uma determinação de toda equipe no sentido de buscar alternativas, tecnologias, empenho, tudo o que for possível para recuperar os rios do Estado. Os rios são como as artérias do corpo humano. Levam a seiva da vida, da natureza, que é a água".

O vice-governador falou sobre a atenção especial, por parte do Governo do Estado e da sociedade civil, em relação ao Rio das Velhas. "Há uma meta para o ano de 2010 na melhoria acentuada da qualidade das águas do rio das Velhas. Estamos numa luta diária, para que esses indicadores melhorem e o rio das Velhas, de fato, tenha condições de em 2010 apresentar o resultado muitas vezes melhor do que aquele que tínhamos em um passado recente".

Rio Tietê

A primeira experiência de revitalização de rios apresentada no evento foi a do rio Tietê, nesta segunda- feira (08). O rio, que cruza toda a região metropolitana da capital paulista, recebe a carga de esgotos de 34 municípios da região mais populosa do país. O projeto de despoluição da Bacia do Alto do Tietê tem o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais da Diretoria de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), informou que  o processo de revitalização do Tietê teve início em 1992 e que até  1998, foram investidos US$ 1,1 bilhão, com a priorização da construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), que somada às duas já existentes eliminaram o lançamento de 550 milhões de litros de esgoto in natura nos rios e córregos da Grande São Paulo".

Na segunda etapa, iniciada em 2002 e com término previsto para 2008, o trabalho foi ampliado para o rio Pinheiros, um dos principais afluentes do Tietê. Nessa fase o projeto recebeu investimentos de cerca de US$ 400 milhões, sendo US$ 200 milhões financiados pelo BID e US$ 200 milhões em recursos da Sabesp. "Concluída essa etapa, o índice de coleta vai chegar a 84% do esgoto gerado dos quais 70% serão tratados. A meta é que até 2015, 50% do esgoto coletado em todos os municípios da bacia do Alto Tietê seja tratado", destacou Carrela.

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