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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Melhora a qualidade das águas da bacia do rio Paraíba do Sul

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O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) divulgou nesta quinta-feira (26/03) o Mapa de Qualidade das Águas de Minas Gerais. O estudo é resultado do Projeto Águas de Minas, que monitora as águas superficiais do Estado, realizado a partir da coleta trimestral nas oito principais bacia mineiras. Os indicadores obtidos avaliam a freqüência de ocorrência de contaminação em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes (Índice da Qualidade das Águas - IQA) e a ocorrência de substâncias tóxicas (Contaminação por Tóxicos - CT). De acordo com o estudo, a qualidade das águas na bacia do rio Paraíba do Sul melhorou.

As análises dos dados do IQA obtidos na bacia do rio Paraíba do Sul em 2008 mostrou que, assim como nos anos anteriores, a freqüência anual de ocorrências de IQA Médio (44,8%) permaneceu predominante em toda bacia, resultado que vem sendo observado desde o início do monitoramento em 1997. Verificou-se o aumento dos registros de ocorrência do IQA Bom, o qual apresentou 1,3% de freqüência em 2007 e 18,6% em 2008. As ocorrências de IQA Ruim diminuíram de 43,0% em 2007 para 30,4% de freqüência em 2008. Ressalta-se que o IQA Muito Ruim, registrado com 1,3% de freqüência em 2007, não foi registrado em 2008.

A melhor condição de qualidade de água foi verificada no rio Novo próximo de sua foz no rio Pomba. Neste ponto, três campanhas de amostragem em 2008 revelaram IQA Bom. A pior condição de qualidade de água foi observada no rio Paraibuna, após Juiz de Fora, com registro de IQA Ruim nas quatro campanhas de 2008. Os parâmetros que mais influenciaram no cálculo do IQA na Bacia do Rio Paraíba do Sul em 2008 foram turbidez e coliformes, indicando a forte interferência das atividades da mineração e o lançamento de efluentes domésticos sem tratamento sobre a qualidade dos corpos de água.

Contaminação baixa

Na bacia do rio Paraíba do Sul predominou a ocorrência de Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa em 2008, quando 79,3% dos pontos monitorados permaneceram nessa condição. A classificação baixa é considerada uma boa condição em relação à ocorrência de substâncias tóxicas. Outro resultado positivo foi a redução da frequência da CT Alta e Média. A freqüência alta caiu de 20,7% das estações em 2007 para 13,8% das estações em 2008. Já a freqüência média caiu de 10,3% para 6,9%.

As ocorrências de CT Média e Alta estão associadas às concentrações de fenóis, nitrogênio amoniacal, cádmio, zinco e chumbo. A presença desses contaminantes nos corpos de água reflete a interferência dos lançamentos de esgoto doméstico e das atividades industriais, principalmente dos ramos alimentício, têxtil, metalúrgico e siderúrgico.

A Contaminação Tóxica Alta por cádmio se deu no rio Paraibuna depois de Juiz de Fora e na ponte de acesso à represa João Penido. A ocorrência está associada à presença de indústrias têxtil e metalúrgica. A CT Alta também foi verificada no rio Xopotó, após Visconde do Rio Branco, e no ribeirão Meia Pataca antes de desaguar no rio Pomba. Desta vez, a contaminação está associada à concentração de fenóis (compostos orgânicos que geralmente não ocorrem naturalmente nos corpos d'água), provenientes do esgoto doméstico, além da presença de indústrias têxtil, alimentícia e de papel e papelão.

Monitoramento das águas

Realizado desde 1997, o Projeto Águas de Minas teve início com 222 pontos de amostragem nas oito principais bacias hidrográficas. Em 2007, o número de pontos correspondia a 260 e em 2008 passou a ser 353 pontos de amostragem. As coletas são feitas a cada trimestre, com um total de quatro campanhas anuais. Nas amostras coletadas são realizadas análises físico-químicas, bacteriológicas e ecotoxicológicas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), órgão vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectes).

Classificação

O Índice de Qualidade das Águas - IQA reflete a contaminação das águas em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes e sintetiza em um único número a interpretação de nove parâmetros considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas. Para constatar a melhora ou piora dos rios de Minas Gerais é feita uma comparação dos resultados da média anual do IQA dos pontos amostrados no ano de verificação, com as médias dos anos anteriores.

Para avaliar a Contaminação por Tóxicos (CT), os resultados obtidos são comparados com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), na Deliberação Normativa Conjunta nº 01/08. A denominação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem. A contaminação Média refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no intervalo de 20% a 100%, enquanto a contaminação Alta refere-se às concentrações que excedam em mais de 100% os limites.

A pior situação identificada no conjunto total de resultados das campanhas de amostragem, para qualquer parâmetro tóxico, define a faixa de contaminação do período em consideração. Portanto, se apenas um dos parâmetros tóxicos em uma dada estação de amostragem mostrar-se com valor acima de 100%, isto é, o dobro da sua concentração limite apontado na DN Copam/CERH 01/08, a contaminação da água por tóxicos naquela estação de amostragem será considerada alta.

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