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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Monitoramento revela melhora na qualidade da água da bacia do Rio Doce

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O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) divulgou nesta quinta-feira (26/03) o Mapa de Qualidade das Águas de Minas Gerais. O estudo é resultado do Projeto Águas de Minas, que monitora as águas superficiais do Estado, realizado a partir da coleta trimestral nas oito principais bacias mineiras. Na Bacia do Rio Doce, o Índice de Qualidade das Águas (IQA) Médio predominou em 2008 e aumentou a freqüência em relação a 2007, de 53,4% das amostragens para 60,1%. Os IQAs Bom e Ruim apresentaram queda.

Os indicadores obtidos avaliam a freqüência de ocorrência de contaminação em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes (Índice da Qualidade das Águas - IQA) e a ocorrência de substâncias tóxicas (Contaminação por Tóxicos - CT).

O monitoramento revelou também que os IQAs Bom e Ruim apresentaram redução na bacia. O IQA Bom teve ligeira queda, passando de 29,7% de freqüência para 29,2%. O IQA Ruim foi identificado em 10,7% das amostragens no ano passado, o equivalente a 14 estações de amostragem, contra um índice de 16,9% em 2007 (18 estações de amostragem). A queda fica mais relevante considerando que em 2008, houve um acréscimo de 32 pontos na rede de monitoramento da bacia.

Melhores pontos

Os pontos localizados no rio Doce antes da foz do rio Casca, em Santa Bárbara, na localidade de Santa Rita das Pacas, e no rio Piracicaba (antes da confluência com o ribeirão Japão) registraram as melhores condições de qualidade das águas da bacia do rio Doce em 2008. Nesses pontos, houve ocorrência de IQA Bom em pelo menos duas campanhas.

Verificou-se, no ano passado, melhoria na qualidade das águas do rio Piracicaba antes da confluência com o ribeirão Japão. Neste trecho, o IQA Ruim observado na primeira campanha de 2007 não foi registrado em nenhuma campanha de 2008.

Piores pontos

As piores condições de IQA, no ano passado, foram encontradas no rio Piranga (depois de Ponte Nova) e no rio Caratinga (após a cidade de Caratinga). Os pontos obtiveram IQA Ruim na terceira e quarta campanhas. Esses resultados confirmam o grande impacto dos lançamentos dos esgotos de Ponte Nova e Caratinga sobre a qualidade das águas desta bacia.

Houve piora na qualidade das águas do rio Piranga, após Ponte Nova. Enquanto a amostragem apresentou IQA Ruim em 2007 somente na primeira campanha, no ano passado o índice foi registrado na terceira e quarta campanhas. A piora na qualidade também foi verificada no rio Piracicaba, após receber o rio Santa Bárbara em Nova Era. O IQA Excelente e o IQA Bom observados no terceiro e quarto trimestres de 2007, respectivamente, não foram registrados em 2008, tendo sido obtido IQA Médio em todas as campanhas desse ano. Esses resultados refletem a influência do lançamento de esgoto de Nova Era nesse corpo de água.

Contaminação baixa

A Contaminação por Tóxicos (CT) Baixa predominou nas amostragens da Bacia do Rio Doce em 2008, sendo registrada em 78,1% dos pontos monitorados, percentual idêntico ao de 2007. Essa classificação é considerada boa condição em relação à ocorrência de substâncias tóxicas. A CT Alta, que em 2007 ocorreu em 12,5% das estações registrou maior freqüência em 2008 - 17,2% dos pontos. Já a CT Média teve queda na freqüência, passando de 9,4% em 2007 para 4,7% das estações em 2008.

A pior condição de CT foi observada no ponto localizado no rio Casca, no distrito de Águas Férreas, onde a presença de chumbo e cianeto provocou contaminação. Esses resultados possivelmente derivam da fabricação de material plástico por indústrias presentes no município de Rio Casca.

Em toda a bacia do rio Doce, no ano de 2008, os elementos responsáveis pela ocorrência de CT Alta foram cianeto e chumbo total, enquanto aqueles responsáveis pela ocorrência de CT Média foram arsênio, zinco e fenóis totais.  (compostos orgânicos que geralmente não ocorrem naturalmente nos corpos d'água). A presença de fenóis nos corpos d'água está associada, principalmente, aos despejos de origem industrial. O arsênio foi registrado no rio do Carmo, distrito de Monsenhor Horta, e está relacionado com o histórico de garimpo de ouro na região. No restante da bacia a ocorrência dos contaminantes está associada à mineração, ao uso de agroquímicos e às indústrias siderúrgicas e de material plástico.

Monitoramento das águas

Realizado desde 1997, o Projeto Águas de Minas teve início com 222 pontos de amostragem nas oito principais bacias hidrográficas. Em 2007, o número de pontos correspondia a 260 e, em 2008, passou a ser 353.

As coletas são feitas a cada trimestre, com um total de quatro campanhas anuais. Nas amostras coletadas são realizadas análises físico-químicas, bacteriológicas e ecotoxicológicas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectes).

Classificação

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) reflete a contaminação das águas em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes e sintetiza em um único número a interpretação de nove parâmetros considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas. Para constatar a melhora ou piora dos rios de Minas Gerais é feita uma comparação dos resultados da média anual do IQA dos pontos amostrados no ano de verificação, com as médias dos anos anteriores.

Para a avaliação da Contaminação por Tóxicos (CT) comparam-se os resultados obtidos com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), na Deliberação Normativa Conjunta nº 01/08. A denominação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem. A contaminação Média refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no intervalo de 20% a 100%, enquanto a contaminação Alta refere-se às concentrações que excedam em mais de 100% os limites.

A pior situação identificada no conjunto total de resultados das campanhas de amostragem, para qualquer parâmetro tóxico, define a faixa de contaminação do período em consideração. Portanto, se apenas um dos parâmetros tóxicos em uma estação de amostragem mostrar-se com valor acima de 100%, isto é, o dobro da sua concentração limite apontada na DN Copam/CERH 01/08, a contaminação da água por tóxicos naquela estação de amostragem será considerada alta.

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