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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Bacia do São Francisco apresenta afluentes com excelente qualidade de água

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O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) divulgou nesta quinta-feira (26/03) o Mapa de Qualidade das Águas de Minas Gerais. O estudo é resultado do programa de monitoramento das águas superficiais do Estado, o Projeto Águas de Minas, realizado a partir da coleta trimestral nas oito principais bacia mineiras.

Os indicadores obtidos avaliam a freqüência de ocorrência de contaminação em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes (Índice da Qualidade das Águas - IQA) e a ocorrência de substâncias tóxicas (Contaminação por Tóxicos - CT).

Na Bacia do Rio São Francisco, a qualidade das águas, em 2008, em relação ao IQA, assim como em anos anteriores, foi predominantemente Média (freqüência - 41%). As águas consideradas de IQA Muito Ruim diminuíram de 4,7% em 2007 para 4,1% em 2008 e houve diminuição do IQA Bom com freqüência de 28,2% em 2007, para 26,3% em 2008. Ressalta-se também a ocorrência de IQA Excelente em 2008 com 0,3% de freqüência.

A melhor condição de IQA na bacia do rio São Francisco em 2008 foi observada antes da cidade de Vargem Bonita, onde foi registrada a ocorrência de IQA Bom em todas as campanhas de monitoramento. O rio Indaiá, no trecho anterior ao reservatório de Três Marias e o ribeirão São Vincente, antes de desaguar no rio Urucuia, foram avaliados como Excelente.

Esgotos sem tratamento

De acordo com o estudo, a presença de sólidos totais, coliformes e fósforo, além da turbidez da água na bacia do rio São Francisco, indicam que os lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento, processos erosivos e atividades agropecuárias são os fatores que mais influenciaram a qualidade da água.

A pior situação registrada em relação ao IQA nessa bacia permaneceu no trecho monitorado no ribeirão dos Vieiras após a cidade de Montes Claros, que em 2008 apresentou na segunda e terceira campanhas IQA Muito Ruim, além de IQA Ruim na primeira e quarta campanhas. Esses resultados demonstram os impactos causados pelos lançamentos de esgotos domésticos originados do município de Montes Claros.

Houve uma piora na qualidade das águas do rio São Francisco nos trechos: à jusante do córrego Consciência; após a cidade de São Romão; depois da cidade de São Francisco e, após a cidade de Manga e antes da foz do rio Verde Grande (divisa com Bahia); além de piora no trecho do rio do Sono próximo de sua foz no rio Paracatu e no rio Paracatu próximo de sua foz no rio São Francisco. Estes trechos sofrem influência direta de esgotos municipais originados de Três Marias, São Romão, São Francisco e Manga.

Contaminação baixa

Em relação à contaminação por tóxicos, predominou a classificação Baixa (48,7%), considerada uma boa condição em relação à ocorrência de substâncias tóxicas, porém a CT Média e Alta sofreram aumento na freqüência em razão da presença de chumbo. Este metal, comumente usado na agricultura (agroquímicos), é depositado no sedimento dos corpos d'água onde vem acumulando-se e é suspenso em consequência de chuvas e aumento da vazão.

Assim como no ano anterior, o córrego dos Vieiras apresentou a pior situação em relação à ocorrência de substâncias tóxicas. A presença de nitrogênio amoniacal, decorrente de lançamento de esgoto sem tratamento do município de Montes Claros, e cianeto, do lançamento de efluentes industriais também sem tratamento, principalmente das fábricas de plástico e vidros, indústrias têxteis e cerâmicas do distrito industrial de Montes Claros são os responsáveis pela degradação.

Monitoramento das águas

Realizado desde 1997, o Projeto Águas de Minas teve início com 222 pontos de amostragem nas oito principais bacias hidrográficas, Em 2007, o número de pontos correspondia a 260 e em 2008 passou a ser 353 pontos de amostragem.

As coletas são feitas a cada trimestre, com um total de quatro campanhas anuais. Nas amostras coletadas são realizadas análises físico-químicas, bacteriológicas e ecotoxicológicas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectes).

Classificação

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) reflete a contaminação das águas em decorrência da matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes e sintetiza em um único número a interpretação de nove parâmetros considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas. Para constatar a melhora ou piora dos rios de Minas Gerais é feita uma comparação dos resultados da média anual do IQA dos pontos amostrados no ano em verificação, com as médias dos anos anteriores.

Para a avaliação da Contaminação por Tóxicos (CT) comparam-se os resultados obtidos com os limites definidos nas classes de enquadramento dos corpos de água pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), na Deliberação Normativa Conjunta nº 01/08. A denominação Baixa refere-se à ocorrência de substâncias tóxicas em concentrações que excedam em até 20% o limite de classe de enquadramento do trecho do corpo de água onde se localiza a estação de amostragem. A contaminação Média refere-se à faixa de concentração que ultrapasse os limites mencionados no intervalo de 20% a 100%, enquanto a contaminação Alta refere-se às concentrações que excedam em mais de 100% os limites.

A pior situação identificada no conjunto total de resultados das campanhas de amostragem, para qualquer parâmetro tóxico, define a faixa de contaminação do período em consideração. Portanto, se apenas um dos parâmetros tóxicos em uma dada estação de amostragem mostrar-se com valor acima de 100%, isto é, o dobro da sua concentração limite apontada na DN COPAM/CERH 01/08, a contaminação da água por tóxicos naquela estação de amostragem será considerada alta no ano em análise.

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