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Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM

Consulta pública discute cenários futuros para bacia do rio Piranga

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Os estudos sobre a situação da qualidade e disponibilidade das águas na bacia do rio Piranga, afluente do rio Doce, até o ano de 2030 foram apresentados nesta segunda-feira (17), em Ponte Nova, na Zona da Mata Mineira. A reunião abriu a série de consultas públicas que acontecerá na bacia do Doce até o dia 28 de agosto para discutir o Plano Integrado de Recursos Hídricos. O documento estabelecerá diretrizes, projetos, ações e metas comuns para a região, que abrange os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

O prognóstico da bacia do rio Doce e da sub-bacia do Piranga foi elaborado por meio de projeção dos cenários futuros com base na evolução demográfica, no desempenho dos setores econômicos e na evolução dos setores que utilizam água. Os cenários foram projetados para o período de 24 anos, considerando o ano de 2006 como base e 2030 como último ano da projeção. “O prognóstico não é um instrumento de previsão, mas uma ferramenta de planejamento que oferece condições de avaliar, no presente, situações hipotéticas futuras”, explicou o coordenador do plano, Alexandre Carvalho.

De acordo com os estudos, haverá um aumento de 28,5% no consumo de água na bacia do rio Piranga, passando de 4,2 mil l/s, em 2006, para 5,4 mil l/s, em 2030. O aumento mais significativo será para o consumo industrial, passando de 1 mil l/s, em 2006, para 2,3 mil l/s, em 2030. A demanda para consumo humano urbano também irá se elevar, passando de 1 mil l/s, em 2006, para 1,3 mil l/s, em 2030. A irrigação sinaliza queda e tende a passar de 1,3 mil l/s, em 2006, para 1,1mil l/s, em 2030. Atualmente a bacia do rio Piranga consegue atender todas as demandas por água e, ainda, tem um saldo residual de 8,32 mil l/s. No cenário futuro, estima-se também um saldo no balanço hídrico de 8,12 mil/s.

Para aumentar oferta de água, Carvalho apresentou alternativas como a renaturalização da bacia, com construção de caixas de captação de enxurrada, plantio em nível, preservação da mata ciliar e proteção de nascentes. Ele ressaltou a importância de se desenvolver um controle para evitar perda da água no processo de abastecimento público, geralmente, ocasionados por vazamentos e deficiências operacionais das companhias de abastecimento. “Atualmente, na bacia do rio Piranga, há uma perda de 27,3% da água no abastecimento”, informou Carvalho. Ele sugeriu, ainda, o desenvolvimento de campanhas de educação ambiental e a implantação de técnicas de gerenciamento, como reuso da água.

Em relação à qualidade das águas, a tendência é de um aumento da carga orgânica gerada, comprometendo um percentual elevado da extensão dos principais cursos de água da bacia, considerando o crescimento populacional, especialmente, nas áreas urbanas. “Atualmente, se consideramos uma situação hipotética de enquadramento dos cursos de água em classes, predominariam na bacia rios de classe 1 e 2. Em 2030, a tendência é de que 25% dos cursos de água na região sejam de classe 3 e 4”, acrescentou Alexandre Carvalho.

Considerando toda a bacia do rio Doce, estima-se um aumento de cerca de 55% da demanda por água na região, passando de 29,733 mil l/s, em 2006, para 45,963 mil l/s, em 2030. A maior retirada é para irrigação, que tende manter sua participação atual no cenário de 2030, ou seja, 51%. A segunda maior parcela é para o abastecimento humano, que hoje é responsável por 25,7% da retirada total, e em 2030 deve diminuir para 21,5%. A retirada de água para a indústria tem a maior projeção de crescimento (123,4%), e tende a passar de uma participação atual de 16,6% na retirada total para 23,9%, em 2030.

Os maiores volumes de retirada por sub-bacias estão concentrados, atualmente, nas unidades São José (21,6%), no Espírito Santo, e Piracicaba (16,9%), Piranga (14,4%) e Suaçuí Grande (11,7%), em Minas Gerais. As sub-bacias dos rios São José e Piracicaba projetam um aumento de sua participação relativa no cenário de 2030, 37,5% e 19,1%, respectivamente. As sub-bacias dos rios Suaçuí Grande e Caratinga registram taxas negativas de crescimento da retirada, -17,3% e -15,0%, respectivamente.

Reuniões

As reuniões públicas do Plano Integrado da Bacia do Rio Doce acontecerão em outros cinco municípios mineiros e três capixabas. O próximo encontro acontecerá em Santana do Manhuaçu (18/08), seguido de Caratinga (19/08), João Monlevade (20/08) e Itambé do Mato Dentro (21/08). No Espírito Santo, as reuniões acontecerão em Colatina (25/08), São Gabriel da Palha (26/08) e Afonso Cláudio (27/08). O encerramento será em Governador Valadares, leste de Minas, no dia 28 de agosto.

O Plano é um instrumento de gestão das águas, que estabelecerá metas comuns para a bacia, intervenções que deverão ser empreendidas para recuperação e preservação dos recursos naturais e diretrizes para implementação dos demais instrumentos de gestão. Também será estabelecido um arranjo institucional da bacia, a montagem do programa de investimentos e um roteiro de implementação do Plano.

O Plano abrange a bacia do rio Doce, incluindo seis bacias afluentes mineiras e três no Espírito Santo. A previsão de conclusão é para o fim de 2009 e a expectativa para a implantação dos programas e ações é de 10 anos. O Plano é elaborado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) e Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio dos Comitês de Bacia Hidrográfica.


Fonte: ASCOM / Sisema

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