O Seminário Legislativo “Águas de Minas III”, que ocorreu na nessa terça-feira, 11/08, teve como tema os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade, e contou com a participação de representantes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
O evento, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no Sesc Venda Nova, também teve a participação dos Comitês das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba; da Agência Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário; (Arsae-MG) e de autoridades da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Representantes dos Comitês das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, que abastecem a RMBH, citaram, no Seminário, a necessidade de novas ações que visam melhorar a gestão das águas no Estado.
O vice-presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Ênio Resende de Souza, destacou o fato de a crise não se tratar apenas de uma questão hídrica, mas também de um ecossistema, pois, ainda de acordo com ele, a falta de chuvas reduz a quantidade de água do rio. Ele ainda ressaltou que a qualidade também está em situação crítica, devido à insuficiência do tratamento de esgoto.
Já o presidente do Comitê da Bacia do Paraopeba, Dênis Martins da Costa Lott, citou, dentre as propostas do Comitê, a necessidade de um controle do despejo de resíduos vindos de esgoto sanitário, industrial e minerário, e ainda a construção de estações de tratamento de esgoto, a preservação de matas ciliares e a proteção dos mananciais.
Crédito: Ricardo Barbosa/ALMG
Diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacia do Igam, Breno Lasmar, terceiro da esquerda para a direira na mesa.
Diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacia do Igam, Breno Esteves Lasmar, afirma que o lançamento de esgoto sem o devido tratamento, nos rios, ainda é um problema grave.
Em sua palestra, Lasmar apresentou um diagnóstico sobre as ações previstas em Planos Diretores a serem tomadas para melhorar a qualidade e a quantidade da água na Região Metropolitana.
As ações descritas, de acordo com ele, devem identificar atos de gestão, programas, projetos, obras e investimentos prioritários, com a participação dos poderes públicos, estadual e municipal, da sociedade civil e dos usuários, que visam a recuperação e o desenvolvimento sustentável.
“O último período chuvoso manteve a média esperada, mas a situação dos reservatórios e rios ainda requer atenção. Com isso, estamos fazendo um monitoramento diário dos níveis de água”, disse.
Minas Gerais possui 27 Planos Diretores já concluídos, 4 em elaboração, 1 em atualização, e 4 a serem elaborados.
O Diretor falou, também, das ações de fiscalização realizadas em pontos críticos de escassez hídrica. Com o início do período de seca, em março, a Várzea das Flores passou a ser monitorada regularmente, com o auxílio de satélite e drones. Assim, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) foi capaz de identificar propriedades que faziam o uso abusivo da água.
A represa faz parte do Sistema Paraopeba, que alimenta a RMBH e, hoje, está com 38,1% da capacidade total.
“Neste momento de escassez hídrica, é importante coibir ações contra o meio ambiente, em especial, aquelas que agridam os reservatórios. Nossa intenção é aumentar o fôlego das reservas para que o fornecimento não seja interrompido para a população”, afirma o Diretor de Fiscalização dos Recursos Hídricos, Atmosféricos e do Solo da Semad, Gerson de Araújo Filho.
Crédito: Ricardo Barbosa/ALMG
Diretor de Gestão das Águas e Apoio aos Comitês de Bacia do Igam, Breno Esteves Lasmar, durante apresentação de palestra
Karoliny Alvarenga
Ascom/Sisema